Quando Rosalba Ciarlini assumiu o
governo potiguar, em 2011, encontrou débitos que, somente com
fornecedores, superavam R$ 850 milhões, além de planos de carreira
aprovados sem previsão orçamentária. “Encontrei a casa arrasada”,
declarou a então nova gestora do Estado em entrevista.
Neste ano de 2015, o governador Robinson
Faria recebe o comando do Estado com dívidas que ultrapassam R$ 610
milhões, de acordo com o relatório de Diagnóstico Fiscal, elaborado pela
Secretaria de Planejamento e das Finanças (Seplan), apresentado nesta
quarta-feira (14), em reunião do governador com o secretariado.
“Estou recomendando a todos os
secretários que tenhamos um governo com austeridade e economia, dentro
de todas as nossas pastas, e a palavra de ordem é enxugar gastos”, disse
Robinson.
“A situação é preocupante. Mas vamos
enfrentar a realidade e consertar. No momento, temos uma despesa maior
que a receita, isso é fato”, garantiu.
O Demonstrativo da Execução Orçamentária
de 2014 mostra que o Executivo empenhou mais de R$ 5,5 bilhões e ainda
tem a pagar o montante de R$ 382 milhões desse dinheiro. Os gastos com
despesa com pessoal aumentaram em quase R$ 1 bilhão (R$ 996 milhões) –
37% – enquanto que a inflação no mesmo período (quatro anos) foi de 27%.
Ou seja: a despesa com a folha continua
acima do limite prudencial. De 2011 a 2014, tempo da Gestão Rosa(do), os
gastos com a folha de pagamento têm média superior a 48%.
O Estado tem débitos com contribuição
previdenciária dos funcionários em torno de R$ 93,5 milhões. Com as
obrigações constitucionais (como ICMS, Fundeb, etc), o débito é de R$
50,6 milhões. O polêmico duodécimo chega ao rombo de R$ 17,9 milhões.
Secretário de Planejamento, Gustavo
Nogueira, seguindo as recomendações do governador, elaborou um estudo
para ampliar a eficiência dos gastos públicos do Estado, com foco na
revisão de contratos, renegociação de dívidas e cobrança da dívida
ativa, além de incremento da arrecadação.
“A situação fiscal do Estado é
preocupante, mas precisamos pensar num governo coeso e comprometido, e
sabemos que não podemos resolver sozinhos. Precisamos convocar e
sensibilizar o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o Legislativo e
a sociedade civil organizada, dentre outros órgãos”, declarou o
secretário.
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