“Nesses
tempos de devoção às minorias, não é justo deixar de destacar a
contribuição de Rosemary Noronha para a causa feminina. O Brasil
progressista explode de orgulho por ser governado por uma mulher — que
aliás deu a Rosemary sua chance de brilhar — e não pode agora se
esquecer de reverenciar mais uma expoente do gênero. Assim como Dilma,
Rose chegou lá. O fato de estar enrolada com a polícia é um detalhe.
Rose e Dilma escreveram seus nomes na história do Brasil por serem,
ambas, utensílios de Lula. A finalidade de cada uma para o ex-presidente
não vem ao caso. O que importa é que ambas funcionaram muito bem. Como
se nota pelo ufanismo nacional em torno de Dilma, não se espera mais da
mulher moderna opinião própria, autonomia e iniciativa. Basta botar um
tailleur vermelho, um colar de pérolas e decorar suas falas. E muito
importante: falar o mínimo, para errar pouco. Até outro dia isso era
piada entre Miguel Falabella e Marisa Orth (“cala a boca, Magda!”). Hoje
é sinal de poder.
Por Guilherme Fiuza
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