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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Politização da energia

Míriam Leitão, O Globo
As chuvas vieram fortes em pontos certos e isso aliviou um pouco a tensão na área energética. Ainda é cedo, e só em abril se saberá se o país escapou do risco de racionamento.
Se as termelétricas ficarem ligadas até julho, o custo será de R$ 7 bilhões. A politização da energia é o maior fator de risco ao suprimento. O governo está vendendo ao país a quimera da energia barata.
Se quisesse reduzir o custo, o governo diminuiria o peso dos impostos que representam quase a metade do preço da energia.
As novas hidrelétricas da Amazônia têm um subsídio gigantesco não explicitado através de empréstimos baratos, garantias dadas pelo Tesouro, participação de estatais nos consórcios. Esses subsídios distorcem as comparações.
A economia de escala barateia novas formas de energia, como aconteceu com a eólica e está para acontecer com a solar. Mas é um erro prometer preços cadentes da energia como um todo e fazer disso plataforma política. Se não houver investimento, a energia ficará mais cara.
No debate, é natural que cada setor defenda a sua fonte de energia. Conversei longamente na semana passada com um executivo do setor que discorda fortemente da opção pelas hidrelétricas a fio d’água. O argumento dele é que é preciso fazer opção por energia firme.
— Sol não se tem o tempo todo, vento nem sempre venta, e se agregarmos a isso usinas sem reservatórios vamos ficar mais dependentes das termelétricas — argumenta.
A presidente da Abeeólica, Élbia Melo, disse que no Brasil, mais especificamente no interior da Bahia, está o melhor vento do mundo. Um vento que garante um fator de capacidade de 50%. No mundo, é 30%. Fator de capacidade é o quanto se pode gerar em média da potência total.

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