Esse mês de março do ano de 2013 é
tempo crucial para o campo. O dia 19 é marcado pela esperança, uma vez
que os agricultores depositam todas as suas fichas em São José, para que
as chuvas cheguem. Caso chova, acontece um ano bom de inverno, o que
nos revela o imaginário popular. A meteorologia e seus técnicos dizem
diferente: nesse ano de 13, o inverno será menor 40% em relação ao ano
de 2012. Independente ou não de datas e crenças começam a ser delineadas
as imagens de uma das piores secas dos últimos 50 anos. Isso é um fato.
Diante desse quadro a sociedade Potiguar começa a se mobilizar. As
instituições ligadas ao campo já começam a botar o nariz nas veredas do
sertão. A grita começa por São Paulo do Potengi. Nesse dia 13 de março,
realizou-se um ato público chamado “grito pela água”, puxado por uma
gama de instituições, como o movimento rural Arquidiocese de Natal,
FETARN, FETRAF, Movimento Água para Todos, ABRAÇO POTIGUAR (Associação
de Rádios Comunitárias), entre outros. A imprensa do estado começa a
noticiar esses movimentos. Repercutiu nas páginas do Jornal a Tribuna do
Norte, blogs, Rádios Comunitárias, etc. Esse sentimento aparentemente
tem uma conotação de ser do campo, mas não, é urbano também. Esse
movimento é uma bandeira de cidadania fincada no solo Potiguar, ainda no
século passado (XX), através da ação espetacular do Mons. Expedito
Sobral de Medeiros, Coordenador da “Campanha Como Conviver com a Seca”,
com auspícios da Arquidiocese de Natal. O movimento das águas acontecido
no início dos anos 90 foi vitorioso. Desde a sua primeira grande
reunião acontecida no dia 23 de março de 93, em Santa Cruz, que o povo
do Rio Grande do Norte sentiu e aprendeu a importância de se lutar pela
causas justas e do engrandecimento da alma humana. Nesse dia 23 de março
no bronze da história será cunhado 20 anos dessa luta.
O exemplo de Mons. Expedito foi
vitorioso, mesmo passadas essas duas décadas, ele ainda está vivo,
cobrando soluções para os problemas da falta dágua em nosso estado.
Diga-se que o problema não é falta dágua, mas sim, falta de
administração dos governantes. Vejamos: a barragem Armando Ribeiro
Gonçalves alocada no município de Assú tem capacidade de armazenar
4.400.000.000m³ dágua e pra quê? Faz-se imperativo fazer a pergunta. Pra
quê? Segundo informações de entendidos no assunto somente 3% da
capacidade daquele reservatório é utilizada para algum fim: Levar água
para o baixo Assú pelo canal do Pataxó, abastecer a adutora Sertão
Central Cabugí e para a pesca, somente. A barragem Santa Cruz do Apodi:
600.000.000m³. Pra quê? A comunidade do Vale do Apodi espera pelos
projetos de irrigação e até agora nada. Existem vários outros mananciais
sem utilização nenhuma no Rio Grande do Norte.
Nesses novos tempos em que a luta do
Mons. Expedito começa a ser reeditada pelo campo e cidades, reforço a
ideia de se construir um canal com as finalidades de irrigação e
abastecimento humano para as regiões do Mato Grande e Potengi. Esse
sugestão de se construir um canal saindo do município de Itajá,
interligado no canal do Pataxó, para o Pico do Cabugi em Angicos e de lá
para Serra Azul no município de Riachuelo.
Desses dois relevos naturais a água seria ofertada por gravidade, e por sua vez o Potengi, recebendo água para irrigação e para o consumo humano, sairia do abastecimento que ora é feito pela adutora Mons. Expedito, dessa forma, desafogando o abastecimento para as regiões Agreste/Trairi, que é feito pela Loga do Bomfim em Nísia Floresta. Tenho consciência plena que essas ideias ainda estão no nascedouro, mas tenho convicção de que muitos corações e mentes serão sensíveis a essas esperanças.
Desses dois relevos naturais a água seria ofertada por gravidade, e por sua vez o Potengi, recebendo água para irrigação e para o consumo humano, sairia do abastecimento que ora é feito pela adutora Mons. Expedito, dessa forma, desafogando o abastecimento para as regiões Agreste/Trairi, que é feito pela Loga do Bomfim em Nísia Floresta. Tenho consciência plena que essas ideias ainda estão no nascedouro, mas tenho convicção de que muitos corações e mentes serão sensíveis a essas esperanças.
O problema da seca no Nordeste não é
falta dágua, e sim, falta de administração e determinação política para
resolver as agruras da estiagem.
Água no Nordeste existe em grande
quantidade. A indústria da seca é quem camufla a sua existência franca
no nordeste brasileiro. São muitas as adversidade, entre elas a falta do
educação do nosso povo. A CAERN e o SAAE e todos os órgãos que ofertam
água tem uma responsabilidade para com as comunidades que são
abastecidas por elas. Não basta só f abastecer e mandar a conta no final
do mês. É preciso educar também, investindo na introdução de
hidrômetros nas torneiras e na formação do povo. Afinal a água é para o
povo e o povo, claro, é quem a conta paga. A presença do carro pipa é
uma constatação e mesmo assim, as pessoas ainda não tem consciência de
que a água é um bem findo e gastam de todo jeito.
Nesse 22 mês de março é comemorado o dia
Internacional das águas. É um ótimo dia para se refletir sobre esse bem
findo da humanidade. O dia seguinte, o dia 23, é aniversário da
primeira grande reunião acontecida em Santa Cruz. Já se foram 20 anos.
Nesse dia, no ano de 1993, o Monsenhor Expedito plantou a semente da
cidadania pela água e pela solidariedade que devemos ter pelos povos
sedentos do Nordeste, do Brasil e do mundo.
A obra da transposição de águas do Rio
São Francisco precisa ter solução de continuidade. Milhares de
Nordestinos serão beneficiados com a conclusão dessa obra, que causará
um impacto em torno de 20% no combate à seca. As políticas de construção
de cisternas deverão continuar, poços tubulares, açudagem, construção
de canais, barragens submersas, irrigação, etc. A seca é um fenômeno
natural, por isso o homem deve aprender a conviver com ela. A classe
política do nosso país precisa entender melhor esse contexto e responder
com atitudes, permeadas de vontade política e ter compromisso para com
todos.
A sociedade deve se organizar mais
ainda. Nesse dia 19 de março (dia de São José) haverá em Santa Cruz,
mais um agito da água, onde as políticas públicas serão temas debatidos
com a participação de professores, estudantes, imprensa, escolas,
universidades, sindicatos, igrejas, donas de casas, agricultores,
políticos, etc. Cada um deverá se irmanar num grande sentimento de
unidade. Os governantes deverão ter papel fundamental nesse processo. O
povo deverá ser o condutor de toda essa engrenagem, afinal 2014 é ano de
eleições e antes que a copa do mundo cobra todos com o seu véu, o dono
da bola ainda é o povo.
Nesse ano de 2013, em qualquer reunião
que acontecer não será preciso determinar que “não seja servida água a
ninguém” para que todos sintam o que é não ter água pra beber”.
O tempo é inclemente. Ele mesmo anunciou.
Cabe a nós agir e avançar.
Cada um tem que fazer a sua parte.
Viva Mons. Expedito Sobral de Medeiros.
Cabe a nós agir e avançar.
Cada um tem que fazer a sua parte.
Viva Mons. Expedito Sobral de Medeiros.
Hugo Tavares Dutra
Pedagogo, funcionário do IBGE,
presidente da ABRAÇO POTIGUAR,
membro do Movimento Água Para Todos
– Um Expeditiano.
Pedagogo, funcionário do IBGE,
presidente da ABRAÇO POTIGUAR,
membro do Movimento Água Para Todos
– Um Expeditiano.
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