Nos grampos, integrantes da máfia classificam Alves como o “suporte político” que teria influência suficiente para alavancar os negócios do bando.
Em uma conversa interceptada pelo MP na internet, o comandante do esquema, o empresário da saúde Tufi Meres, foragido desde a operação, relata a um comparsa o encontro que teria tido com Alves para discutir a prorrogação de contratos em hospitais de interesse do grupo. Diz Tufi:
– Estive com Henrique Eduardo Alves e já falamos sobre a gestão do hospital.
Identificado pelo Ministério Público como interlocutor de Alves no bando, o lobista Cláudio Varela, segundo o MP, ofertou ao grupo criminoso serviços de “proteção política” que seriam realizados a partir da “influência” de Alves junto ao governo federal e junto ao governo do estado.
Em outra conversa interceptada pelo MP, Varela relata a um dos sócios de Tufi no esquema uma conversa que teria tido com Alves. Varela queria marcar o encontro de Tufi com o deputado, mas diz que teme ser visto com o comandante da máfia.
Disse, então, Varela:
– Conversando com o deputado, acertei que iria pra Brasília colar com ele para facilitar algumas coisas que vou resolver e foi aí que ele disse-me direto, olhando nos meus olhos: por favor, serei o presidente da Câmara e estou sendo vigiado 24 horas, não posso fazer contatos que possam me prejudicar. Confio em vocês. Quero que me preservem.
Com o processo ainda sob segredo de justiça, o MP investiga agora se os negócios almejados pela quadrilha foram realizados. O MP também solicitou a entrada da PGR no caso para avaliar se Alves serviu, de fato, como “suporte político” do bando – ou se o nome do deputado estava sendo utilizado fantasiosamente.
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