A ideia é clara e repete a operação de 2010, quando Lula lançou Dilma Rousseff com um ano de antecedência para ocupar o vácuo deixado pelo PSDB, envolvido numa disputa interna entre José Serra e Aécio Neves, que agora parece não ter força para prosperar.
Com isso, o governo espera dar a largada na corrida sucessória apoiado por uma base ampla, da qual se excluiria apenas três legendas com densidade política entre as quase 30 que compõem o espectro partidário nacional. Cria a expectativa de poder essencial para consolidar alianças políticas e obriga os adversários e indecisos a tomarem posição.
Como em política não existe vácuo, a reação da concorrência foi imediata. O movimento do Planalto precipitou o lançamento, ainda que informal, de Aécio, ungido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o candidato do PSDB – e sem prévias. Empurra o governador Eduardo Campos também para uma posição mais formal de candidato.
Nesse estágio do processo, portanto, os concorrentes do governo foram levados a uma posição política reativa, que lhes tira a iniciativa das ações num momento em que se beneficiavam da inconveniência da precipitação da campanha para o próprio governo, o que lhes daria amplo espaço para o exercício da crítica de viés eleitoral.
O lance tático do Planalto, porém, não afasta a principal condicionante ao êxito da presidente: a preservação de um bom cenário da economia em 2013, até aqui o pilar de seu alto índice de aprovação. A ampla base de apoio em torno de Dilma, como qualquer outra na história política, consolida-se ou se dissolve a depender dos resultados do governo que a patrocina.
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